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Operação resgata 17 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Ituporanga

Dentre os trabalhadores resgatados, vindos do Paraná, estavam um adolescente e um idoso
Trabalhadores em situação análoga a escravidão resgatados em Ituporanga

Pelo menos 17 trabalhadores em situações análogas à escravidão foram libertados em Ituporanga, entre 27 de novembro e 1º de dezembro. A ação foi realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério do Trabalho e Emprego (MPE) e divulgada neste sábado (02/12).

As vítimas, incluindo um idoso e um jovem, estavam envolvidas na colheita de cebolas em uma propriedade rural no interior da cidade, de acordo com o GEFM. Nenhum dos trabalhadores possuía registro na carteira de trabalho. O empregador não foi identificado até o momento desta atualização.

A prática equiparada à escravidão, conforme o Código Penal, consiste em submeter alguém a “trabalho forçado ou a jornadas exaustivas, sujeitando-o a condições de trabalho degradantes ou restringindo sua locomoção devido a dívidas contraídas com o empregador ou seu representante”.

Os auditores-fiscais do trabalho encontraram os trabalhadores em condições informais e alojados em dois locais: um sótão improvisado no galpão de armazenamento de cebolas e em uma casa de difícil acesso e superlotada. No primeiro alojamento, os colchões estavam apoiados em tijolos, paletes de madeira ou caixas de cebolas. O sótão, construído em madeira, apresentava fissuras, permitindo a entrada de insetos, chuva e vento.

Trabalhadores dormem sob colchões e improvisavam cama com caixotes de cebola (Foto: GEFM/Divulgação)
Trabalhadores dormem sob colchões e improvisavam cama com caixotes de cebola (Foto: GEFM/Divulgação)

Além disso, o empregador não conseguiu comprovar a qualidade da água fornecida aos trabalhadores, que afirmaram que a água “não era adequada para consumo”. Os resgatados eram do Paraná e relataram que faziam as refeições sentados no chão ou sobre as sacas de cebola, pois não havia um local apropriado para as refeições.

Banheiro disponibilizado aos trabalhadores (Foto: GEFM/Divulgação)
Banheiro disponibilizado aos trabalhadores (Foto: GEFM/Divulgação)

Os auditores também observaram os trabalhadores sem luvas e utilizando chinelos, desprovidos dos equipamentos de proteção necessários para a função.

A operação conjunta, envolvendo fiscais vinculados à Secretaria de Inspeção do Trabalho, contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF).

Após o resgate, os trabalhadores receberam aproximadamente R$ 88.000,00 em salários atrasados e compensações rescisórias. O Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União negociaram um acordo para o pagamento de R$ 1.200,00 em danos morais individuais a cada trabalhador.

O adolescente foi retirado das atividades, com a elaboração de um Termo de Afastamento do Trabalho. Os Auditores-Fiscais do Trabalho também emitiram guias de Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, garantindo três parcelas de um salário-mínimo para cada resgatado.

Denúncias relacionadas a trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa por meio do Sistema Ipê, um sistema exclusivo lançado em 2020 pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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